quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Reflexões sobre os Contos de Fadas


Contos de fadas, que importância podem ter?
Lembro-me ainda criança, que só dormia após escutar um deles, contados de memória por minha saudosa irmã ou pela professora do jardim de infância.
Quando aprendi a ler, tinha apenas cinco anos e uma vontade enorme de descobrir o que havia por dentro daqueles livrinhos na pequena biblioteca de nossa casa.
Não sei qual era o mistério daquelas histórias, mas a verdade é que elas me faziam sonhar, viajar. Muitas vezes quis estar presente, e de fato estive na minha imaginação, fazendo parte daquelas aventuras.
Já quase adolescente, ainda eram um entretenimento aqueles mesmos contos, desta feita retratados nos filmes do inesquecível Walt Disney. Bastante emocionantes, levavam-nos às lágrimas muitas vezes.
Não posso precisar em que momento afastei-me das “histórias da carochinha” , como também eram conhecidas, mas tenho certeza de que, nessa ocasião, deixei de lado a minha criancice, a minha ingenuidade e, posso mesmo dizer, a minha pureza.
Ser feliz com os contos de fadas significa acreditar na fantasia. Acreditar em heróis e heroínas, no bem vencendo o mal, em príncipe encantado, na fada madrinha.
Além disso, através dos contos de fadas e das fábulas, desenvolve-se o gosto pela leitura. Aperfeiçoa-se a escrita, ativa-se a curiosidade pelo saber. Estimula-se a criatividade. Inúmeras são as vantagens que nos proporcionam essa leitura no início de nossa vida.
Pelas razões expostas, passei a ler historinhas para meus filhos. As mesmas de Charles Perrault, dos Irmãos Grimm, de Andersen, La Fontaine e Monteiro Lobato. As mesmas velhas histórias de nossos avós. E quantas vezes me peguei inventando algumas, nem sei...
Hoje, passados longos anos de minha infância, deparo-me com os contos de fadas e ainda me encanto. E mais, surpreendo-me. Surpreendo-me vendo-os analisados por sociólogos, psicólogos e professores. Esses julgando a enorme importância dos contos para os estudantes em sala de aula, que constroem e reconstroem significados para as histórias e desenvolvem o prazer da leitura. Os contos de fadas habilitam os alunos a produzir textos, incentivam o trabalho em equipe, estimulam a criatividade, promovem o hábito de ler, ampliam os conhecimentos da Língua Portuguesa. Na verdade, aluno que não lê, não lê em língua nenhuma. Não lê em matemática, física, química ou qualquer outro assunto. Perde grandes oportunidades por não ter esse costume.
Quando um conto é bem elaborado, à medida que os episódios vão sendo trabalhados, as crianças podem se identificar com os personagens e transferir todos os seus conflitos para aqueles vividos na história. A criança se envolve tanto, que passa a viver como se fosse um dos personagens.
Embora possa parecer que um conto de fadas seja capaz de apenas encantar e entreter, seu verdadeiro valor reside no poder de ajudar a criança a lidar com os conflitos internos que enfrenta no seu processo de crescimento, assim como demonstrar que os problemas de todos são semelhantes e solucionáveis.
Diferentemente do que se poderia pensar, os contos de fadas não foram escritos para crianças, muito menos para transmitir ensinamentos morais. Concebidos para adultos, eram lidos em atividades sociais, nas salas de fiar, nos campos e em outros ambientes de reunião. Tanto é que, em uma das versões de “Chapeuzinho Vermelho”, a heroína tira a roupa para o lobo e vai com ele para a cama. Numa das primeiras interpretações de “A bela adormecida”, o príncipe abusa da princesa adormecida, deixando-a grávida.
As versões infantis de contos de fadas, atualmente consideradas como clássicas, nasceram na França do Século XVII, com Charles Perrault.
Entretanto, segundo Sheldon Cashdan, a transformação dos contos de fadas em literatura infantil só aconteceu no Século XIX, graças aos mascates que saiam vendendo por poucos centavos pequenos volumes que continham histórias simplificadas do folclore e contos de fadas, eliminadas as passagens mais fortes, permitindo-lhes vender a um maior número de leitores.
Desde então, podemos observar sua atuação junto às crianças e jovens, que aos contos têm acesso, ficando evidente sua influência benéfica.
Entristece-me pensar na falta que faz essa leitura para os jovens da periferia, de poder aquisitivo mais baixo, que nunca ouviram falar nos contos dos tempos antigos, agora tão relegados. Como seriam diferentes e como aumentariam suas chances.
Na realidade, esses contos são eternos. Porque os seres humanos, em termos gerais, continuam os mesmos: com os mesmos conflitos, as mesmas expectativas, as mesmas carências; apesar de terem mudado seus valores, suas necessidades materiais, seu respeito pelo próximo, para não falar em educação e religiosidade.
A velocidade com que as informações nos chegam hoje nos impede, muitas vezes, de nos entregarmos à leitura. O homem tornou-se comercial e superficial. Sua cultura é a cultura da aparência física e da ostentação. Da competição eterna. Não dá mais importância aos valores morais e aos ensinamentos dos livros.
Acho que é o momento de refletirmos sobre a importância de nós, como professores, estimularmos ou reativarmos em nossas crianças o gosto pela leitura. Cabe-nos mostrar e provar a esta geração do futuro que, através do livro, podemos desvendar novos horizontes e objetivos de vida.E, como primeiro passo, não seria básico descobrirmos que importância podem ter os contos de fadas em nossos dias?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Incentivo à leitura

Vale a pena conferir!
Trata-se da campanha de incentivo à leitura produzida por Deborah Toniolo, Marina Xavier, Julia Brasileiro, Igor Melo, Jader Félix, João Paulo Moura, Luciano Midlej, Marcos Diniz, Paulo Diniz, Filipe Bezerra. (Alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS - Universidade Salvador). Contatos: debytoniolo@hotmail.com ou marina.x.r@gmail.com.br (Adaptação do texto de Guiomar de Grammont)