domingo, 26 de outubro de 2008

LITERATURA INFANTO-JUVENIL

Graças ao avanço da tecnologia ( a idéia do blog foi ótima ), aqui estamos nós, exibindo nossas “angústias” para outros mestres, no intuito não só de encontrar respostas, como também de buscar sugestões que possam modificar essa imagem negativa que persegue a literatura nas escolas, começando pelo ensino fundamental.
Os professores que estão estão em sala de aula são os alunos que estiveram no ensino fundamental e médio entre os anos 60 e 90. Desde essa época, o que se percebe é que continuam cometendo os mesmos erros de seus professores. Em outras palavras, não se consegue destacar grandes evoluções em relação à educação no Brasil. Os professores continuam sendo pouco reconhecidos e ganhando mal. Como conseqüência, dedicam-se pouco ao seu aprimoramento profissional ou à busca de inovações na área e aos próprios alunos. Se não liam antes, por falta de incentivo dos professores ou dos próprios pais, enquanto alunos, lêem muito menos hoje, por falta de tempo. Porque precisam dedicar-se a várias turmas, em diversas escolas, para conseguirem perfazer um salário adequado ao seu nível cultural e, afinal, justificar todo gasto feito com sua própria educação.
Não encontrei respostas às indagações sobre a redução no total de horas no Curso de Letras, feita pelo MEC. Os próprios professores universitários reconhecem a exigüidade de tempo deste curso para que o formando consiga dar conta da leitura suficiente para o cabedal mínimo ao exercício do magistério.
Em virtude desse pouco tempo exigido para a graduação, o aluno da universidade tem que abdicar de algumas matérias e optar por uma pós-graduação, o que implica em dispender mais investimento com sua formação. Os graduados, em sua maioria, “pulam este capítulo”. Ou partem para outra profissão ou tornam-se professores incompletos.
Pelas razões aqui expostas, entre tantas, os professores, maus leitores que são, em sua maioria, não conseguem passar aos seus alunos a importância da leitura. Ela não é somente importante, ela é a seqüência do aprendizado. Ela complementa a alfabetização. Sem a leitura, a alfabetização está apenas alinhavada. Somente através da leitura é que podemos evitar o analfabetismo funcional.
Realmente, não acredito em “receita de bolo” pois cada ser é único. Acredito que as turmas possam se tornar homogêneas, ou quase, dependendo da motivação que o professor lhes proporcionar. Incentivar nos alunos o gosto pela leitura não é uma tarefa muito fácil. Mas, também não é impossível. Antes de mais nada, creio que é preciso conhecer o nível de maturidade da turma e tentar conhecer um pouco de cada aluno. Descobrir seus interesses. Buscar os líderes dentro da sala que irão ajudá-lo a conduzir aquela turma. Pesquisar os assuntos que motivariam aquele grupo. E, aí então, apresentar-lhes o livro próprio para sua idade, que será o aliado mais poderoso daqueles que querem seguir adiante e vencer. O livro adequado, como sabemos, não só melhora o nível de compreensão do aluno para a vida, ensinando-o a enfrentar suas dificuldades emocionais, como também amplia seus conhecimentos do idioma.
Professor Wagner, você apaixonou-se pelos livros porque, certamente, alguém mostrou-lhe o prazer que há em viajar no mundo das letras. É verdade que os jovens gostam de desafios e os livros, por serem poderosos, tornam o leitor poderoso. Nós, como professores, também podemos levar essa descoberta para os nossos alunos. E, certamente, o faremos. Simplesmente porque é isso o que queremos. É isso que nos motiva e nos gratifica.

Marta Indig
26out2008

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