domingo, 19 de outubro de 2008

Trocando figurinhas...

Vamos pensar?
Acreditando ser este um espaço para discussões, venho lançar algumas propostas de reflexão:
a) Por que muitas universidades não dão à literatura infanto-juvenil um lugar de destaque, sendo que é essa literatura a primeira a ser apresentada aos pequenos ouvintes, ou leitores?
b) Como formar bons leitores se alguns professores não são leitores?
c) Quais as reais dificuldades encontradas entre as propostas de leitura apresentadas pelos cursos de graduação em Letras e sua aplicabilidade nas escolas?
d) Que tipo de projetos deveriam ser feitos para que comunidade e academia se aproximassem mais?

Essas são algumas das minhas inúmeras angústias ao pensar em como se trabalhar a leitura, como despertar o gosto pela mesma em uma época em que a velocidade da tecnologia impera.
Nada, absolutamente nada contra o avanço tecnológico! Contudo, creio, devemos tê-lo como aliado. Devemos, enquanto mestres, criar o ambiente ideal para que nossos alunos possam começar a tatear o intrigante e encantador universo da leitura.
Não busco respostas mirabolantes, nem receitas de bolo. Há casos, e casos, e casos, mas preciso, ao menos, de sugestões, de idéias, de práticas que trocadas possam facilitar os caminhos a serem seguidos.
Médicos discutem as melhores formas de tratamento, as drogas mais poderosas no combate às doenças... Professores também precisam dessa troca.
Talvez outras pessoas tenham as mesmas dúvidas que eu. Outras podem sugerir coisas.
Por hora, acredito que a leitura deva ser materializada. Transformada em assunto cotidiano. Deve sair das linhas e entrelinhas e invadir outros espaços, inclusive o espaço da criação artística: pintura, música, teatro... O contato com o livro deve ser desmistificado. O livro tem que ser companheiro, ter as páginas marcadas pelas marcas de dedos, devem ser usados.
E se nós, os mestres, saboreássemos em nossa prática cada frase pronunciada? E se transformássemos Machado de Assis em um amigo do peito, ao invés de um senhor místico e sisudo?
Jovem gosta de viagens! Crianças gostam do confabular. Precisam disso. Precisam, através das palavras ouvidas, ou lidas, ser tocadas, ter seu íntimo revirado. Nossos pequeninos leitores devem entender que a emoção é natural, mesmo que essa emoção seja expressa por um “não gostei desse livro!”, ou “que história estranha!”. O senso crítico está sendo formado aí! Posturas, gostos, capacidade argumentativa.

Será que se começarmos, aos poucos, criando jogos, desafios, a serem desvendados no decorrer da leitura, nossa prática não seria mais salutar?

Eu me apaixonei pela literatura porque sentia paixão nos olhos e nas palavras de meus mestres. E, em sala de aula, procurei não repetir o que eu não gostava quando era aluno.
Será que é um começo?
Vamos tentar?
Wagner Dias

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